Em 4 de janeiro de 1881, na 24ª sessão preparatória da Academia Espírita de Ciências, da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade, os membros graduados da sociedade haviam deliberado que fosse convocado, para o mês de janeiro de 1882, um Congresso formado por representantes e membros de todos os grupos espíritas do Brasil.

Em virtude da tentativa de fechamento da entidade e da prática do espiritismo no Rio de Janeiro, capital federal do Brasil, ocorrida em 28 de agosto de 1881 pelas autoridades policiais, a Sociedade Acadêmica inicia a implantação imediata de uma resistência efetiva e legal. E tem início a propaganda do espiritismo, de forma mais ativa e ostensiva, movimento este liderado pelo professor Angeli Torteroli.

Os Estatutos do Congresso Espírita do Brasil foram apresentados na Revista da Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade – periódico que tinha como redator o professor Torteroli – de outubro de 1881. Os estatutos passaram a ser o regramento adotado pela União Espírita do Brasil, nome escolhido para a entidade organizadora do evento.

O formato adotado pelos estatutos permitia que houvesse uma discussão ampla e livre a respeito das interpretações que estavam sendo dadas à doutrina espírita, bem como de qual seria o melhor meio de condução para a propaganda do espiritismo em nosso país. Desta maneira, o congresso iria, através de debates, ajudar na resolução dos problemas e, principalmente, na uniformização das diferentes interpretações que estavam sendo dadas pelas várias correntes existentes no movimento espírita nascente para a caracterização do espiritismo. A uniformidade ocorreria através da constante aproximação dos representantes dos diversos grupos, em um terreno que seria supostamente neutro e fraterno.